sábado, 23 de maio de 2015

A MISTERIOSA EDIFICAÇÃO DE YONAGUNI

Kihachiro Aratake estava mergulhando a 250 metros da costa da ilha japonesa de Yonaguni com o objetivo de ajudar a preparar um mapa de mergulho da região. Naquele dia de 1986 ele não imaginou que iria descobrir sem querer algo tão espetacular, que além de mudar a vida da até então pacata ilha, levantaria uma cortina de dúvidas sobre os fundamentos de toda a arqueologia: "- Parecia estar diante de um templo inca gigante, pensei presenciar algo impossivel, fui tomado por um temor e emoção enormes", disse ele depois, explicando sua perplexidade. 
Enigma de fim de século.

Foi assim que o mundo tomou conhecimento pela primeira vez da "Pirâmide de Yonaguni". 
O monumento adormecido sob as águas do pacífico tem se tornado nos últimos anos centro de discussões geológicas e arqueológicas, atraindo à pequena ilha de Yonaguni, sudoeste de Okinawa milhares de estudiosos e curiosos, entre eles medalhões reconhecidos sobre o assunto. 
Há apenas cinco metros abaixo da superficie em sua camada mais alta, a gigantesca estrutura de quase duzentos metros de comprimento, com altura total de pouco mais de vinte e sete metros, tem a idade de dez mil anos ou seja, o dobro da pirâmide mais antiga do Egito, a de Saqqara. 



Masaaki Kimura, geólogo da universidade de Ryukyu em Okinawa, foi o primeiro especialista a estudar a estrutura e concluir que ela foi construída artificialmente, não sendo obra da natureza como acreditavam os locais: "Uma obra prima da engenharia, erguida por uma nova e desconhecida cultura que dominava a mais alta técnica e exímia habilidade", comentou ele. 
Depois foi a vez de Teruaki Ishii, professor de geologia da Universidade de Tóquio. Ele disse que as estruturas datam no mínimo de 8000 AC quando a terra onde a construção foi realizada teria submergido ao término da última idade de gelo. 
Aos poucos o debate científico no mundo asiático passou a atrair especialistas e estudiosos ocidentais. Robert Schoch, geólogo da universidade Boston e conhecido por defender a tese de que a esfinge do Egito foi construída pelo povo de Atlântida, viajou com uma equipe para o local: 
" A pirâmide de Yonaguni é basicamente uma série de camadas enormes, cada um com proximadamente um metro de altura. Essencialmente, é uma face de precipício como o lado de uma pirâmide. Algo extremamente interessante. É possível que a erosão natural da água combinado com o processo de pedras rachando e se dividindo possam criar uma estrutura desse tipo, mas eu não vejo como tal processo possa ter criado uma estrutura tão bem formada quanto esta", concluiu ele no seu veredito. 
Graham Hancock, autor científico de bestsellers sobre outras eras também viajou ao local e emitiu sua opinião: "Na base do monumento há o que pode ser definido claramente como um caminho".


Representação da grande estrutura de Yonaguni.

Dúvidas trouxeram poucos até o momento, entre eles o geólogo alemão Wolf Wichmann. Após mergulhar várias vezes no local e recolher amostras de pedras para estudos, ele opinou de forma cética sobre o assunto: "O templo gigante nada mais é que um bloco sedimentar criado pela natureza. A pedra sedimentar é cortada por rachaduras verticais e fendas horizontais. Os degraus e ângulos de 90 graus se constituem nestas zonas de ruptura. A plataforma superior é um caso típico de como áreas planas de rochas sedimentares são formadas. Além disso as plataformas possuem inclinação e nenhuma parede está em ângulo reto, apesar das sugestivas imagens dos detalhes", escreveu ele nas suas notícias.
A favor de Wichmann está o fato de que os primeiros sinais de civilização no Japão datam do 
período Neolitico ao redor de 9000 AC. As pessoas viveram neste momento como caçadoras. Não há nada no registro arqueológico que sugira a presença de uma cultura avançada o bastante para ter construído uma estrutura como esta. Portanto nada existe que comprove a civilização fantástica. 
Para a maioria entretanto, tomada pela síndrome de fim de século, toda e qualquer explicação chegou muito tarde. A pequena ilha de Yonaguni já se transformou em pólo turístico e Kihachiro Aratake, o que descobriu o templo submarino, tornou-se um próspero dono de hotel e ao mesmo tempo possui uma estação de mergulho no lugar.





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