Quando o Hubble tirou a foto dos “Pilares da Criação” em 1995, ninguém esperava ver nada parecido com isso. O mundo inteiro foi surpreendido pelo fato de que a natureza poderia abrigar tanta beleza, previamente escondida dos olhos humanos por uma distância incrível. A Nebulosa da Águia (sua localização) está a 7.000 anos-luz de distância. Pense nisso por um segundo. A luz viaja a uma velocidade incrível de 299.800 quilômetros por segundo. Para alcançar a Nebulosa da Águia, você teria que viajar na velocidade da luz por 7.000 anos continuamente.
Então, por que eles foram apelidados de “Pilares da Criação”? Porque são o berço de um número incontável de novas estrelas. Os pilares, compostos inteiramente de gás e poeira, tem tais altas densidades que a gravidade faz com que o gás resultante se comprima e forme estrelas.
Para descrever o comprimento dos pilares, temos de recorrer aos anos-luz. O pilar mais à esquerda tem uma estimativa de quatro anos-luz de comprimento. Vamos fazer alguns cálculos.
60 segundos em um minuto. 60 minutos em uma hora. 24 horas em um dia. 365 dias em um ano. 4 anos.
60 x 60 x 24 x 365 x 4 x 299.800 (velocidade da luz) = 37.817.971.200.000 quilômetros
“37 trilhões, 817 bilhões, 971 milhões e 200 mil quilômetros.” Isso é o quão grande são essas coisas.
Mas espere! Os Pilares da Criação deixaram a melhor surpresa para o final. Se houvesse alguma forma de você se teletransportar para lá agora, você veria essas belas estruturas, certo?
Na verdade, não. Sabemos que elas não existem mais. Na verdade, elas não existem há quase 6000 anos, mas nós ainda podemos vê-las aqui da Terra. Parece impossível?
Acontece que a luz leva tempo para viajar, como dito acima. Estamos vendo essas estruturas agora como elas eram 7.000 anos atrás, pois somente agora a luz que foi emitida naquela época está chegando na Terra. O mesmo pode ser dito do Sol. Se ele, hipoteticamente, deixasse de existir agora, somente veríamos a escuridão daqui a 8 minutos, pois esse é o tempo que a luz solar demora para chegar na Terra. No caso dos Pilares da Criação, é como uma viagem ao passado.
Esse conceito também pode ser aplicado a uma hipotética forma de vida na região dos Pilares da Criação hoje. Se eles apontassem um telescópio para a Terra, veriam o nosso planeta como ele era 7.000 anos atrás, mais ou menos na época em que foi inventada a roda.
Mas como sabemos que os Pilares da Criação não existem mais?
Veja todo o gás quente vermelho na imagem acima em vermelho. Esse é o gás que foi aquecido por um dos eventos mais magníficos na astronomia: uma explosão de uma estrela (evento chamado de supernova). Os astrônomos acreditam que uma supernova (e a onda de choque resultante) derrubou os pilares cerca de 6.000 anos atrás. Uma vez que os pilares estão a 7.000 anos-luz de distância, mas foram destruídos apenas 6.000 anos atrás, os humanos vão continuar vendo as estruturas por mais 1.000 anos, e poderão ver “ao vivo” sua destruição. Imagine a cena.
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