A ideia de uma infinidade de universos paralelos existentes ao lado do nosso próprio não é nova, mas tentar encontrar evidências desse fenômeno está se provando tão complicado como você poderia esperar. Mas um cosmólogo acha que pode ter encontrado evidências de um universo paralelo ao lado do nosso no início dos tempos.
Para entender o que Ranga-Ram Chary, do Instituto de Tecnologia da Califórnia, descobriu, é importante primeiro entender como nosso próprio Universo surgiu. Por centenas de milhares de anos após o Big Bang, as partículas que existiam eram muito quentes e enérgicas para formar átomos: o ponto em que isso começou a acontecer, cerca de 300.000 anos depois do Big Bang, é conhecido comorecombinação. Também marca o momento em que a radiação cósmica de fundo (CMB) começou a se espalhar pelo Universo – um sinal que cientistas usam hoje para olhar para trás no tempo e formular suas teorias.
O que Chary descobriu foi uma colisão, ou um “hematoma”, nesta radiação cósmica de fundo – e que poderia significar uma colisão com um universo paralelo. Os cosmólogos acreditam que as “bolhas” de universos separados podem se colidir umas com as outras, depositando algum material no processo, como bolhas de sabão se tocando.
Então, podemos começar a traçar um curso para este novo universo de imediato? Bem, não exatamente. Interpretar os sinais da CMB é notoriamente difícil, e Chary acredita que há uma chance de 30% do que ele encontrou seja apenas o ruído de fundo e não um sinal de um universo vizinho. Pode ser também uma grande mancha de poeira no espaço.
“As propriedades da poeira são mais complicadas do que nós assumimos, e eu acho que esta é uma explicação mais plausível”, David Spergel, da Universidade de Princeton, disse à revista New Scientist.
“Joseph Silk, da Universidade Johns Hopkins em Baltimore, EUA, é ainda mais pessimista, chamando tais reivindicações de um universo alternativo ‘completamente implausíveis'”.
Os dados utilizados por Chary foram tomados a partir poderoso telescópio Planck da Agência Espacial Europeia. Subtraindo modelos da CMB, ele descobriu sinais de manchas cerca de 4.500 vezes mais brilhantes do que o esperado, com base no número de prótons e elétrons que cientistas acreditam que existia no universo primitivo.
É apenas uma hipótese, uma vez que estudar bilhões de anos no passado não é nada simples, mas progressos estão sendo feitos o tempo todo. Chary disse que espera ter resultados mais abrangentes dentro de um par de anos, embora suas ideias não podem ser provadas de um jeito ou de outro até que a próxima geração de tecnologia de digitalização espacial surja (estimada em 15 a 20 anos).
“Reivindicações incomuns como evidências de universos alternativos requerem um alto ônus da prova”, ele escreve em seu relatório, publicado online no arXiv.org. “Pesquisar esses universos alternativos é um desafio.”
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